Alec Strauss

Aeon era dono de uma pequena pousada, no leste de Payon. Numa madrugada ele recebeu a visita de uma misteriosa viajante, uma elfa fugitiva chamada Lira. Ele passou a abrigá-la em segredo, e um sentimento forte começou a nascer entre os dois. Juntos começaram a tomar conta da pousada, mas Lira mantinha sua identidade em sigilo. Após um tempo, Lira ficou grávida de gêmeos, que se chamariam Alec e Domnian.
Era chegado o dia do nascimento. Lira não resistiu ao parto, mas os dois bebes nasceram fortes e saudáveis. Alec tinha cabelos azuis, como os do pai, e Domnian tinha cabelos verdes, como os da mãe.
Alec e Domnian cresceram juntos sob os cuidados do pai. Contavam sempre com a visita de sua amiga Narah, que era vizinha da pousada. Como crianças normais, brincavam muito, e sonhavam com o dia em que decidiriam o seu futuro.
Aos 14 anos, Alec conheceu uma garota que lhe chamou atenção. Ela ficaria hospedada na pousada por apenas uma semana. Alec passou a admira-la de longe. Seus cabelos loiros, quase brancos, ficavam presos em um rabo de cavalo. Ele criou coragem para se aproximar dela. Logo os dois passaram a ser grandes amigos.
O nome da garota era Julie. Ela contava histórias para ele sobre sua família, de renomados sacerdotes. Juntos conversavam sobre o que seriam quando crescessem. Julie se tornaria uma noviça, assim como a família dela esperava.
Julie partiu, e Alec começou a se sentir só. As brincadeiras com Domnian e Narah não eram mais legais como antes. Toda manhã, ele sentia aquela vontade de ir encontrar Julie, porem ela não estava mais lá, o que o deixava triste.
Alec sabia que logo ele deixaria sua casa para ir para Prontera, se tornar um noviço. Contou seus sentimentos para seu pai, que o encorajou a seguir seu destino. Aeon o entregou um presente que sua mãe deixara para ele, um par de luvas, que seriam como um pedacinho de cada um de sua família enquanto ele estivesse longe.
Chegou o dia da viajem, e Alec olhava com ansiedade para um futuro próximo.

Alec passou a morar na casa de seu tio Allastor, que era ferreiro. Começados os ensinamentos para se tornar um noviço, Alec apresentava grande capacidade de aprendizado, juntamente com Julie. Ambos estavam sempre juntos, e eram destaque na turma.
Chegado o dia da peregrinação, Alec já estava com 17 anos. Foi mandado visitar o Irmão Simão, que se encontrava próximo a abadia de Santa Captolina, porém Julie foi mandada para a Irmã Matilda. Alec se despediu de Julie, e sabia que quando voltassem, estariam prontos para se tornarem verdadeiros noviços.
Alec partiu, junto de alguns parceiros da turma. Sabiam que o caminho seria longo, pois após algum tempo de caminhada, a floresta se tornaria densa, e sabiam que deveriam tomar cuidado, porque por aquelas florestas se encontrava um monstro que, com a ajuda dos Yoyos, poderia atacá-los, e mesmo juntos eles não aguentariam.
Foram dias de viagem, montando acampamento, procurando por comida. Finalmente chegaram a floresta dos Yoyos. Eles teriam que atravessá-la por completo naquela tarde, pois não poderiam se dar ao luxo de dormir.
Cada som emitido na floresta era motivo de precaução, cada Yoyo que aparecia era um susto enorme. A floresta já estava tão densa que eles não sabiam se estava de dia ou de noite, mas sabia que deveriam continuar caminhando. Chegando em uma clareira, fizeram uma pausa para descansar, mas foi o maior erro da viajem. Não tiveram tempo nem para tomar agua. De repente um bando de Yoyos entrou na clareira, junto com um Yoyo maior e mais escuro. Todos saíram correndo e se separaram. Os Yoyos os perseguiam em alta velocidade. Quando se deu conta, Alec estava sozinho. Corria como nunca tinha corrido antes, mas, por azar, tropeçou em uma rocha e caiu desacordado no meio da mata.
Quando acordou, não estava conseguindo andar, seu pé esquerdo parecia quebrado. Pegou um galho que lhe serviu de bengala, e continuou sua jornada. Por causa de seu pé, a viajem demorou mais que o esperado, mas ele conseguiu chegar onde se encontrava o Irmão, que o levou para a abadia de Santa Captolina para ser tratado.
Alec ficou duas semanas na abadia para se recuperar. Já se se sentia melhor, mas ainda mancava. Os médicos falaram que ele poderia mancar pelo resto de sua vida. Mas Alec sempre bancou o otimista, mesmo que nem sempre acreditasse nele mesmo. Fingiu que não se importava com seu pé, e disse que queria voltar para Prontera, pois seu tio e Julie deviam estar preocupados.
Chegando em Prontera ele foi muito bem recebido por Allastor, mas ele sentia que seu tio estava escondendo alguma coisa. Perguntou como estava Julie, e de repente seu tio ficou apreensivo. Allastor sugeriu que ele fosse visitar os sacerdotes na catedral. Alec foi para a catedral de Prontera, e foi parabenizado pelos sacerdotes. Sua jornada para se tornar um noviço estava completa. Mas Alec não se sentia tão feliz, porque Julie não estava lá. Perguntou para os sacerdotes onde ela estava. Necrus, seu professor, falou que eles receberam a noticia de que Julie não compareceu na presença de Irmã Matilda, e que eles não sabiam onde ela poderia estar.
Alec voltou para casa de seu tio, praticamente morto por dentro. Mas ele não queria preocupar Allastor. Seu tio perguntou como ele estava, e Alec respondeu que estava bem, sorrindo para agradar seu tio. A noite, Alec juntou suas coisas e partiu, deixando para traz um bilhete para seu tio, dizendo que iria encontrar Julie sozinho.